Quem sou eu

Minha foto
Escrevinhador barato, compositor, leitor voraz, cozinheiro, músico e bancário nas horas vagas

sábado, 15 de outubro de 2011

Ensinamentos

Hoje é dia de sonhos, de alegrias desmedidas, sem o medo da separação, que virá na figura da morte, seja do amado - espera-se -, seja do amor. Mas disso, falamos depois. Hoje, a felicidade suburbana bate às nossas porta tijucanas para saudar o amor cosmopolita e pós moderno que arrisca, que se mostra disposto ao passo seguinte, à tentativa, dado o fato de o casamento não ter serventia para nada hoje em dia, a não ser a de ser um grande presente. Um grande salve aos bons amigos Leo Rocha e Manuela Gonçalves.Um grande salve a eles. E em sua homenagem, um pouquinho de poesia do grande mestre Alvaro Assis

Beijos e Abraços.



Prece cigana

Dai-me uma jovem mulher com seu canto lírico
E suas covinhas de enterrar-me em cena
Talvez cegar-me apavorado de apego
Esticar minha jornada no elástico de suas roupas íntimas
Só pra bordar: “nunca me esqueça” pelo seu corpo de dormir
Dai-me não saber de nada de ouvidos lacrados
E daqui, sem alcançar suas asas, observar o seu voo impreciso
Golpe por golpe desejá-la desapercebido de escudo
Despercebido, ao acaso morno, como quem enfrenta
Uma vida louca de amor sem ela, a vida... agora dela...
Zumbizado num boteco as cinco da matina
Cantando pretas, roxas e amarelas flores no vazio
Dai-me, Ó Deus, de seu noviciado gostar tanto pra não envelhecer...
E fazer tapetes de voar a dois... de pisar-me a sós
E por vezes dirão: Ó pobre homem mordaz...
Mas não... estarei ali, mesclando fel e baunilha
No cálice vermelho dos seus lábios de matar-me de sede...